Cédula de crédito bancário: para que serve, requisitos formais e mais
setembro 9, 2021LCI: o que é, rendimento, resgate, risco, custos, simulador e mais
setembro 17, 2021Imagina como seria poder combinar a proteção que a renda fixa oferece com a possibilidade de ganhos maiores que a renda variável oferece e ainda ter o privilégio de acessar inúmeros ativos internacionais? Esse vem sendo o objetivo dos COE (Certificados de Operações Estruturadas).
Gostou da ideia e ficou curioso para saber mais?
Então continue conosco neste guia, porque aqui tem tudo o que você precisa saber para ficar por dentro de como funciona o COE.
Você vai saber se ele é o investimento ideal para os seus objetivos financeiros ou não.
O que é COE (Certificados de Operações Estruturadas)?
COE é um tipo de investimento que nos auxilia na hora de diversificar a nossa carteira de investimentos, pois nos possibilita atuar em cenários que dificilmente obteríamos lucros sem a necessidade de correr grandes riscos para atingir tais objetivos.
Nesse tipo de investimento, tanto os ganhos quanto as perdas que obtemos com o investimento costumam ser limitados. Com isso, quando fazemos uma aplicação hoje já temos a noção de quanto dinheiro iremos receber ao final do investimento.
Os COEs são investimentos que se parecem bastante com as chamadas “notas estruturadas”, que na Europa e nos Estados Unidos já são bem populares. Essa categoria de investimentos já está disponível para os investidores brasileiros há alguns anos.
De forma objetiva, os COEs são ativos financeiros que fazem a soma de características e aplicações de renda fixa e de renda variável em um só “ambiente”.
De certa forma, por se tratar de um conjunto de ativos, os COEs têm um funcionamento que se assemelha um pouco ao de um fundo de investimentos. No entanto, existem algumas diferenças importantes:
Além de ser dotado de um valor mínimo de investimento e de ter um indexador definido, o COE também têm um prazo definido de vencimento e fornece ao investidor uma gama de cenários diferentes de ganhos e perdas.
Sendo assim, estes são ativos que tanto podem servir aos investidores mais conservadores, que possuem um certo receio de aplicar seu dinheiro em um mercado mais arrojado, quanto aos investidores mais experientes, que desejam diversificar suas carteiras de investimentos.
Qual a diferença de COE para fundo de investimento?
Tanto os fundos de investimento como os COEs lidam com derivativos a ativos em renda variável e fixa.
A diferença entre eles é que, no COE existe apenas a cobrança de IR, enquanto nos fundos de investimento existe a cobrança do imposto de renda e também do come-cotas.
Além disso, dependendo da corretora em que você fará os seus investimentos, os COEs também não irão possuir taxas de custódia, de administração ou taxas sobre performance.
Quais os tipos de COE?
Agora que você já entendeu do que se trata, falaremos quais são os tipos existentes e suas respectivas particularidades.
Os COEs são investimentos muito flexíveis. Como eles têm a possibilidade de adotar estratégias bem diferentes, o rendimento irá depender principalmente do tipo de aplicação que será feita em cada produto.
Um COE de ações, por exemplo, pode ter um desempenho totalmente diferente de um COE que é focado em moedas ou em ativos de renda fixa. No entanto, podemos observar uma característica crucial que separa os COEs em dois grupos distintos.
Essa característica diz respeito a uma garantia que pode ser oferecida pelos emissores. São eles:
COE de Valor Nominal Protegido
Esse tipo de COE torna possível ao investidor receber de volta no mínimo o valor que ele aplicou, independentemente se os ativos de referência do produto tiveram um desempenho positivo ou negativo.
Essa categoria é bastante recomendada para quem ainda não possui uma boa experiência no mercado financeiro ou para quem tenha muito medo de perder o seu capital.
Embora tenha suas vantagens, é importante entender que os COEs de valor nominal protegido também oferecem riscos.
O primeiro risco é o seu custo de oportunidade:
Poder contar com a garantia de não que o investimento não será perdido é algo excelente, mas também precisamos levar em consideração o que deixamos de ganhar. Não perder nada não é tão bom quanto ganhar alguma quantia em dinheiro, por menor que ela seja.
O segundo risco que devemos levar em consideração é a possibilidade de ganhar menos do que poderíamos:
O conforto da proteção não é tão bom quanto parece, uma vez que alguns COEs limitam o ganho dos investidores a um determinado ponto. Sendo assim, por mais que o ativo avance 25% ou 35% no período, o certificado talvez retorne apenas 10% ou 15% para quem fez a aplicação.
COE de Valor Nominal em Risco
Ao contrário do COE de Valor Nominal Protegido, nesse tipo não existe nenhuma garantia de retorno ou de que o investimento inicial será preservado. O investidor corre o risco de, tanto sair sem nenhum lucro, como também de perder todo o capital que foi inicialmente investido.
Como funciona um COE?
O COE é um tipo de investimento relativamente novo no mercado brasileiro e apresenta características muito diferentes dos investimentos mais populares. Sendo assim, é muito importante que você entenda mais detalhadamente como os certificados funcionam antes de fazer as suas aplicações.
Abaixo, você poderá verificar o que existe de mais importante sobre o tema:
Quem emite o COE?
Os COEs são emitidos pelos bancos. Conforme o regulamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), todos eles devem ser registrados junto à B3.
Eles podem ser oferecidos publicamente desde 2015, sendo que antes eles eram ofertados somente de forma privada, sem a publicidade com que atualmente é feita. Com isso, acabavam por circular apenas entre os clientes de renda alta dos bancos.
No entanto, uma nova instrução da CVM possibilitou que eles pudessem ser vendidos também pelas distribuidoras de valores e por corretoras.
Para que isso seja possível, essas instituições devem dar ao investidor o Documento de Informações Essenciais (DIE), que deixa todas as características do COE especificadas.
Neste documento precisam estar todas as explicações sobre o funcionamento do produto, a previsão das datas de pagamentos, os riscos que o investimento oferece, as garantias que possam existir, os prazos, a expectativa de rendimento para o investidor, entre outros dados.
Além do DIE, antes de fazer o aporte financeiro o investidor também precisa receber e assinar um termo de ciência de risco, deixando claro que ele é conhecedor dos riscos que irá se submeter ao fazer a compra de um COE.
O que é o DIE (Documento de Informações Essenciais)?
O DIE é um documento que fornece informações ao investidor sobre os Certificados de Operações Estruturadas (COE). Essa foi uma obrigação imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2015 por meio da Instrução CVM no 569, de 14 de outubro de 2015.
De acordo com o que pode ser observado no artigo terceiro do capítulo II da instrução, a instituição emissora de COE tem o dever de “entregar ao investidor o Documento de Informações Essenciais, que trata do capítulo III, antes da aquisição do COE.”
Isso quer dizer que mesmo antes de o investidor adquirir um COE, ele tem o direito de acessar as informações que são essenciais do mesmo e que precisam ser oferecidas pela sua entidade emissora.
Não o bastante, segundo o que está previsto no artigo terceiro do capítulo II, a instituição financeira que emite esse documento tem a obrigação de fornecer ao investidor um “termo de adesão e ciência de risco”.
Esse termo, que precisa conter as datas referentes ao contrato e a assinatura do titular do COE, traz a garantia de que o investidor recebeu o documento e que sabe de todos os riscos que envolvem a sua aplicação.
O que é obrigatório constar no DIE do COE?
Ainda na instrução no 569 da CVM, podemos observar no capítulo III o que a Comissão espera de um DIE, tanto no sentido de conteúdo como no sentido de forma.
No que se refere ao conteúdo de um DIE, o artigo sétimo aponta 22 itens que precisam estar no documento. Vamos listar para você somente os de maior relevância, sendo que os que o restante pode ser encontrado na
própria instrução da CVM.
Em primeiro lugar, o DIE precisa oferecer as informações de identificação da emissora, como seu nome e CNPJ. Além disso, precisam oferecer ao investidor um aviso prévio sobre os riscos do COE.
Ele também precisa oferecer alguns detalhes importantes para o investidor, como se o COE possui capital protegido ou não e quais são os riscos de perder o capital investido.
Outras informações que o documento precisa entregar são o valor mínimo de investimento inicial, a data de vencimento, quais as condições de pagamentos dos rendimentos caso eles existam e mais uma gama de informações que também podem ser encontradas na própria instrução da CVM.
Já no que diz respeito à forma, o artigo sexto define que o DIE precisa apresentar informações reais e detalhadas, de forma que não conduza o investidor a possíveis erros de interpretação.
Não o bastante, o DIE precisa ser escrito com uma linguagem simples e de fácil entendimento para todos, para que possa realmente ser útil ao investidor.
De modo geral, um Documento de Informações Essenciais precisa oferecer clareza e consistência, para que permita aos investidores a ampla compreensão das informações ali contidas.
Onde investir em COE?
Como falado anteriormente, você pode fazer o investimento em COEs em corretoras e distribuidoras de valores.
O recomendado é que você pesquise bem antes de fazer o investimento, para ter uma noção mais embasada sobre qual é a melhor e mais séria instituição para fazer o seu investimento.
Valor mínimo de investimento
O valor mínimo que pode ser investido em um COE varia muito de produto para produto. Os emissores deixam esse número estabelecido conforme o nível de complexidade da aplicação, com o patamar de risco embutido, o potencial de ganhos, entre outros aspectos.
Quanto mais sofisticado for o COE, via de regra, maior costuma ser o valor mínimo de investimento.
Vários COEs são ofertados com valores mínimos partindo de R$ 5.000,00. A maior parte dos produtos que se encontram disponíveis na XP Investimentos, por exemplo, giram em torno dessa faixa de valor mínimo. Isso faz com que o produto se torne acessível para muitos perfis de investidores.
Incidência tributária e demais custos
O Imposto de Renda incide sobre os rendimentos dos COEs, de acordo com a mesma tabela regressiva que se aplica à renda fixa. Com isso, as alíquotas têm uma variação de 22,5% a 15%, conforme o prazo da aplicação.
Se o investimento tiver uma duração de aplicação inferior a seis meses, o IR incidirá pela alíquota mais alta (22,5%). Só é aplicada a alíquota mais baixa no caso de o investimento ser mantido por dois anos ou mais.
Mesmo que possam ter ações como ativos de referência, os COEs não possuem outros dos benefícios fiscais que são aplicados à renda variável, como por exemplo, perdas que são fruto de operações com os certificados não tem a possibilidade de servir como compensação dos ganhos em operações com ações.
Variando de corretora para corretora, em algumas delas a negociação dos COEs pode cobrar possíveis taxas.
Umas cobram uma taxa de corretagem, que serve também para fazer a compra e venda de ações na bolsa. Outras estipulam um valor de custódia, que é como se fosse um “aluguel” que é pago pelo investidor para a corretora fazer a guarda dos recursos e investimentos.
No entanto, algumas casas deixam os investidores isentos de todos esses custos.
Qual a rentabilidade do COE?
Os COEs de capital protegido garantem o retorno de 100% do valor investido, pelo menos. Se o investidor aplicou R$ 5.000,00 em um COE e os produtos de renda variável têm uma queda, depois do prazo determinado de duração do investimento, ele irá retirar os R$ 5.000,00 de volta, sem lucrar nada.
Entretanto, caso o cenário seja positivo, o investidor fecha o período de investimentos com R$ 5.000,00 somado ao rendimento da operação.
No entanto, existe outro tipo de COE que é chamado de valor nominal de risco. Com ele, o investidor corre o risco de perder todo o capital investido, porém não mais do que isso.
Mas qual é a sua vantagem? Nessa modalidade são oferecidos retornos financeiros bem mais vantajosos que no COE de capital protegido, que tem um limite de rentabilidade.
Neste caso, se o investidor fizer um aporte financeiro dos mesmos R$ 5.000,00, o máximo que ele perderá será R$ 5.000,00, caso o cenário seja extremamente negativo. É totalmente diferente de outros produtos de renda variável que, caso você sofra prejuízos, isso pode acabar tirando mais dinheiro do seu bolso.
Ativos e indexadores
Os bancos fazem a elaboração de uma série de estratégias para os COEs, ligadas a uma gama considerável de ativos de referência. Os cenários de rentabilidade vão ser baseados no desempenho desses indexadores no decorrer do período de duração do certificado.
Dentre os mais comuns ativos de referência, estão:
- Juros;
- Moedas;
- Ouro;
- Commodities;
- Índices de inflação;
- Ações e índices de ações nacionais;
- Ações e índices de ações internacionais.
Riscos do COE
Como já foi falado anteriormente, assim como qualquer outro investimento, os COEs também oferecem riscos ao investidor. E são eles:
Risco de crédito do emissor
Quando adquirimos um COE, nós estamos sujeitos ao risco de crédito do banco emissor. Isso significa que se a instituição financeira vier a ter alguma dificuldade, os COEs também sofrem o impacto negativo.
E preste atenção neste detalhe: os certificados não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
Custo de oportunidade
Para que possamos ter a garantia de que iremos receber o investimento inicial de volta, nós precisamos abrir mão da rentabilidade de outras aplicações. Acabar ficando no “zero a zero” é uma realidade bem constante no caso dos COEs;
Risco de liquidez
Os COEs possuem uma data fixa de vencimento, e geralmente ela não acontece no curto prazo. Normalmente, os certificados são emitidos com prazos de no mínimo dois ou três anos, porém muitos deles podem ir a cinco anos.
Como funciona o resgate do COE?
No caso de você precisar do seu dinheiro de volta antes do prazo de vencimento do COE, você pode negociá-lo no mercado secundário. Sendo assim, você pode vender o certificado diretamente para outro investidor que tenha o interesse no produto.
As corretoras, por sua vez, fazem a intermediação desse tipo de operação. No entanto, esse tipo de negociação tem um possível empecilho: o COE precisa ser vendido pelo valor de mercado e, sendo assim, o retorno acertado no momento do investimento pode não ser obtido.
Conheça uma excelente forma de investimento com a Vangardi
Através da Vangardi, o pequeno investidor tem acesso garantido a investimentos antes restritos a pessoas ou entidades que tinham um alto capital e, assim, obtinham taxas de rentabilidade muito interessantes.
Ao mesmo tempo, o empreendedor consegue se financiar a um custo de capital mais baixo e por meio de um processo ágil e sem burocracias.
Investimento Coletivo Imobiliário
A Vangardi oferece a opção de Investimento Coletivo Imobiliário, que é um meio estratégico para levantar capital e oferecer uma alta rentabilidade para os investidores.
Basicamente, o Investimento Coletivo Imobiliário, também conhecido como “crowdfunding imobiliário” é uma forma de os donos de negócios de imóveis arrecadarem dinheiro.
A grande diferença é que isso não é feito através de um só investidor que realiza um grande aporte, mas sim por um grande grupo de pequenos investidores, como você, que fazem o investimento e obtém parte dos lucros dos projetos.
Conclusão
Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre os COEs, esperamos que a sua carteira de investimentos venha a ser composta pelos investimentos certos para você.
Neste texto você aprendeu tudo o que precisava sobre o tema e com certeza já está preparado para fazer a melhor escolha na hora de aplicar o seu dinheiro.
Aqui nós falamos o que são os COEs, quais são os tipos e riscos que eles envolvem, os prazos, taxas e impostos e muito mais.
Nós da Vangardi temos o dever de trazer sempre o melhor para você.