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abril 8, 2020Quem é empresário sabe ou imagina como é recorrer aos tradicionais empréstimos bancários para desenvolver o próprio negócio. O montante, que acaba sendo acrescido de muitas taxas de juros, no fim das contas, acaba nem sempre representando ganhos reais, não é mesmo? Mas, novas opções estão favorecendo as empresas que querem crescer, como a modalidade de investimento peer-to-peer, ou P2P lending.
Ainda não muito falada, mas ganhando seu espaço no Brasil, o P2P é uma realidade para diversas empresas, startups e fintechs mundo afora. Com o peer-to-peer, pessoas físicas emprestam dinheiro para diversos tipos de negócios – ou mesmo pessoas –, recebendo retorno por meio dos juros cobrados aos tomadores que, por sua vez, são mais baixos.
Isso significa que ambos os lados têm a ganhar com esse modelo de investimento. Afinal, investidores conseguem ganhos mais satisfatórios, enquanto empresas não precisam arcar com tantas taxas e burocracias de empréstimo.
Mas vale ressaltar que essa é uma aplicação de risco, portanto, é preciso entender bem para seguir em frente com ela. Para te ajudar com isso, preparamos esse texto com vários pontos que merecem ser detalhados sobre o P2P lending.
O quê é o investimento Peer to Peer?
Como começamos a te explicar, o peer-to-peer é uma forma de investimento em que pessoas físicas podem emprestar para negócios que estão buscando se desenvolver. Para fazer isso, o investidor acessa plataformas onlines que fazem esse tipo de operação. No Brasil, algumas das mais conhecidas são: Nexoos, Biva, IOUU, Kavod e Yubb.
E, assim, o usuário avalia as condições para o investimento, as taxas a serem negociadas, entre outros pontos.
Vale lembrar que, diferentemente de outras modalidades de renda variável, o investidor não se torna um cotista, sócio ou participante do negócio em questão. Isto é, ele apenas empresta recursos para a empresa e recebe o dinheiro de volta, acrescido dos juros.
O interessado em investir dessa forma deve, portanto, criar conta nessas plataformas e analisar os perfis dos tomadores, a natureza dos negócios, bem como o tipo de risco, taxas, entre outros pontos relevantes.
História do investimento Peer to Peer
Podemos dizer que a história do investimento peer to peer é recente, uma vez que ele foi criado em 2005, no Reino Unido, por meio da plataforma digital Zopa.
Esse modelo acabou ganhando muito espaço no mundo todo, principalmente nos Estados Unidos, que hoje é considerado o maior mercado mundial de P2P.
No Brasil, o P2P ganhou espaço em 2011, mas ainda está em constante crescimento, graças ao surgimento de empresas voltadas no digital. Além disso, o apoio de alguns órgãos reguladores também acabam incentivando o modelo de negócio, possuindo o intuito de baratear e democratizar o acesso ao crédito no país.
Outro ponto que ajuda no crescimento do modelo é o aumento do empreendedorismo, o que faz com que iniciativas públicas e privadas fiquem cada vez mais atentas a este novo cenário.
Como funciona o investimento Peer to Peer?
Como o P2P não necessita de intermediação bancária para o seu funcionamento, os juros acabam sendo mais baixos para as empresas e altos para os investidores.
Para ficar mais claro, esse spread bancário nada mais é do que a diferença entre a taxa que o banco paga para a captação de recursos (o dinheiro que você está investindo) e a taxa que o banco cobra ao conceder um empréstimo.
E infelizmente, o Brasil é o segundo país na lista dos maiores spreads bancários existentes, perdendo apenas para Madagascar. Sendo assim, o P2P se torna uma excelente opção.
Quais as vantagens do investimento Peer to Peer?
A facilidade encontrada na hora de investir e, claro, as possibilidades de maiores rendimentos são fatores que têm atraído as pessoas para modalidades como o peer-to-peer. Vamos detalhar melhor os pontos positivos a seguir!
Maior rentabilidade no cenário atual
Em um cenário de queda nas taxas de juros como vive o Brasil em 2020, as pessoas estão buscando alternativas para a valorização do próprio dinheiro, concorda? A poupança, que é a principal forma de investimento entre os brasileiros, praticamente não apresenta retornos reais. Ou seja, é preciso enxergar novas possibilidades.
Por isso, opções como o P2P têm se tornado interessantes para ambos os lados. Essa é uma alternativa de aplicação “de par para par”, isto é, quem investe é conectado diretamente ao tomador.
Isso permite, por exemplo, ajuste no spread – a diferença entre a taxa cobrada e a oferecida ao investidor –, o que já difere bem a modalidade para as oferecidas por um banco. E há casos em que os retornos chegam a 20% ao ano.
Facilidade para tomar empréstimo
Pequenos e médios empresários enfrentam dificuldades para tomar empréstimos bancários, devido às altas taxas. Com isso, muitos negócios estão buscando outros meios para capitalizar e, assim, crescer e ampliar.
Por isso, o peer-to-peer tem sido buscado por esses negócios, considerando as taxas mais em conta para a tomada de crédito.
Investimento na economia real
O P2P lending como investimento na economia real é um dos pontos que mais atraem os investidores. Muitas vezes, quando vamos aplicar nosso dinheiro em modalidades tradicionais, mal sabemos quem será beneficiado, não é mesmo?
Por outro lado, seria consideravelmente mais interessante apostar em projetos que conhecemos e acreditamos de verdade, não acha?
Essa é uma das vantagens do peer-to-peer, uma vez que o investidor tem a possibilidade de conhecer exatamente o negócio para o qual irá emprestar determinado montante. Isto é, a pessoa tem chance de escolher setores com os quais se identifica mais, assim como projetos que possam promover o desenvolvimento do país e da sociedade como um todo.
Negócios que podem gerar emprego e infraestrutura, por exemplo, são opções capazes de motivar fortemente o investidor, pois o retorno não será apenas dele, mas, também, da comunidade como um todo.
Tendência de investimento mundial
Optar pelo P2P também significa ir no caminho de uma tendência mundial de investimentos. O peer-to-peer começou com a plataforma Zopa, em 2005, no Reino Unido, e foi sendo desenvolvido e aprimorado em outros países da Europa e, claro Estado Unidos, onde ganhou muita força.
E, no Brasil, há registros de operações nessa modalidade desde 2011, tendo movimentado já alguns milhões entre investidores ao longo dos anos.
Quais são os riscos do investimento Peer to Peer?
Toda modalidade de investimento tem riscos, não é mesmo? Mas existem algumas formas de garantias para os investidores. Por exemplo, muitas das opções da renda fixa contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Por outro lado, no caso do peer-to-peer, as garantias estão relacionadas às análises que as plataformas online fazem das empresas que estão se candidatando para um empréstimo coletivo.
Isto é, para buscar reduzir os riscos para o investidor – como o “default”, ou o não pagamento da dívida – , é feita uma avaliação muito minuciosa dos projetos, levantamento do histórico da empresa, dos sócios, entre outros pontos que favorecem a credibilidade do empreendimento.
Além disso, algumas plataformas no Brasil exigem determinadas garantias para as empresas, por isso, é importante pesquisar onde e como investir.
Regulamentação das fintechs
Outro ponto importante sobre controle dos riscos é o fato de o P2P operar sob a licença de Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), criada pelo Banco Central (BC), em 2018. Dessa forma, o BC regulamentou as fintechs de crédito, ou seja, as intermediárias das operações peer-to-peer.
Para quem o investimento Peer to Peer é indicado?
O peer-to-peer é uma modalidade dedicada a pessoas que têm alguma noção do mercado de investimento. Por ser uma operação de risco, é preciso entender o perfil da empresa que será a tomadora do empréstimo, além de ter segurança com relação à aplicação.
Para isso, é fundamental ter esclarecimento sobre o perfil do investidor, ou seja, se a pessoa se encaixa nas classificações como “conservador, moderado ou arrojado”.
Indivíduos que ficam muito inseguros com relação às possibilidades de perdas não têm o perfil para ousar além das opções de renda fixa, por exemplo. Por outro lado, quem tem informações suficientes sobre investimentos e quer diversificar a carteira, o P2P é uma alternativa a ser fortemente considerada.
Forma de diversificar a carteira
Mencionamos acima a diversificação da carteira por esse ser um ponto fundamental dos investimentos. O peer-to-peer entra justamente nesse cenário, pois pode ajudar a ampliar as possibilidades de ganhos.
Isso porque o P2P não deve ser a única aposta do investidor, mas uma delas. Isto é, o peer-to-peer não substitui os investimentos que você já possa vir a ter, mas, sim, será uma alternativa para ampliá-los. Isso favorece não somente suas chances de ganhos, mas, também, de diluição dos riscos.
Portanto, essa modalidade pode ser muito interessante para quem pensa no longo prazo e, assim, reconhece que pode ter boas chances de ganhos futuros.
Principais empresas Peer to Peer do Brasil
Apesar de serem uma opção relativamente nova, as empresas peer to peer estão crescendo bastante no Brasil. Pensando nisso, listamos algumas opções abaixo.
Listagem de empresas
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BancaClub
O BancaClub é o primeiro mercado de empréstimo em formato P2P do mundo. Através de sua plataforma, tanto empresas quanto pessoas físicas podem pedir empréstimos ou investir.
Ele não faz uma análise de crédito, porém, um aspecto muito valorizado pelos investidores nesta opção é o histórico de crédito do captador. Isso significa que alguém com score baixo dificilmente vai conseguir engajar investidores em sua causa, entretanto também existe o critério da avaliação social.
Um ponto importante é que a plataforma do BancaClub protege integralmente a privacidade dos seus usuários. É possível captar e investir de forma totalmente anônima.
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Biva
A Biva é a primeira empresa a oferecer o empréstimo peer to peer no Brasil. O seu objetivo é ajudar microempreendedores e pequenas empresas a se conectarem com investidores, sem passar pelas burocracias dos bancos.
A única exigência para captar recursos por meio da Biva é um CNPJ de no mínimo 12 meses de existência e ter toda a documentação da empresa em ordem.
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BizCapital
A BizCapital é uma das principais empresas de peer to peer no Brasil. Trata-se de uma correspondente bancária que atua acessibilizando a relação entre pequenas empresas e instituições de crédito.
Ela oferece empréstimos de até R$ 100.000,00 que devem ser pagos em até 12 meses com taxas a partir de 1,99%.
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IOUU
A IOUU é um marketplace de P2P com o objetivo de ajudar micro e pequenos empreendedores a captarem recursos de forma rápida e sem burocracia.
Basicamente, a plataforma trabalha com três produtos:
- Empréstimo coletivo: de R$ 30.000,00 a R$ 500.000,00, voltado às pequenas e médias empresas com faturamento acima de R$ 360 mil;
- Empréstimo de impacto: R$ 1.000,00 a R$ 100.000,00, voltado às microempresas e microempreendedores individuais;
- E empréstimo social: até R$ 5.000,00, voltado aos nano empreendedores e MEIs de baixa renda.
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Kavod Lending
A Kavod Lending é uma correspondente bancária através da qual tanto pessoas quanto empresas podem investir em pequenas empresas.
Para investir na Kavod Lending é preciso começar com aportes a partir de R$ 10.000,00. Já os empréstimos estão disponíveis a partir de R$ 400.000,00. E todas as operações contam com garantias reais como imóveis ou recebíveis.
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Mutual
A Mutual é a mais nova das empresas de peer to peer desta lista, onde tanto os captadores quanto os investidores são pessoas físicas.
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Nexoos
A Nexoos é uma das mais conhecidas empresas de peer to peer. Ela é totalmente focada em captadores corporativos, ou seja, empresas.
Para solicitar um empréstimo na Nexoos uma empresa precisa: estar aberta há mais de 12 anos, ter faturamento superior mínimo de R$ 250.000,00, estar com os documentos em dia e não estar negativada.
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Tutu Digital
A Tutu Digital.é uma plataforma que tem como principal motivação ajudar pequenas empresas a expandirem seus negócios por meio de investimentos feitos por pessoas físicas.
Vangardi Investimentos
Depois de muitos anos de experiência em avaliação de empresas, negócios e empreendimentos, a Investor apostou em uma modalidade de investimento moderna e inovadora, criando um “braço” de investimento coletivo.
Com o passar do tempo, a Vangardi foi crescendo e adquirindo relevância no mercado, o que fez com que os idealizadores resolvessem torná-la uma empresa independente para ampliar sua atuação e conquistar ainda mais seu objetivo: democratizar, para todo o Brasil, o acesso a investimentos na economia real.
Hoje em dia, a Vangardi é considerada uma fintech focada em revolucionar investimentos em empreendimentos da economia real e, trazer investidores de todo o país para estar na vanguarda de uma inovadora maneira de investir.
É importante destacar que a Vangardi é uma plataforma digital que atua como correspondente bancário para facilitar o processo de contratação de empréstimos para o setor imobiliário. Isso significa que nós não somos uma instituição financeira e não realizamos operações de financiamento, investimentos ou quaisquer outras operações privativas de instituições financeiras.
Conclusão
Como vimos ao longo desse texto, o P2P pode ser, sim, uma alternativa interessante para quem está em busca de ganhos mais satisfatórios, mas é preciso relembrar que há riscos atrelados.
Por isso, é importante que o peer-to-peer seja considerado como um adicional à carteira de investimentos, em conjunto com outras aplicações como o investimento coletivo. Saiba mais sobre essa modalidade aqui.